Roteiro de 4 dias no Espírito Santo
O estado do Espírito Santo foi um dos primeiros locais ocupados pelos portugueses durante o processo de colonização do Brasil. Além dos portugueses, o estado recebeu muitos outros imigrantes europeus, como alemães e italianos.
É um estado muito rico em história e fazia tempo que tinha vontade de conhecer, e neste ano surgiu a oportunidade, consegui uma promoção de passagem e comecei a organizar a viagem!
O aeroporto localiza-se em Vitória, ao contrário do que eu imaginava, Vitória foi a segunda cidade a ser fundada no Espírito Santo, a primeira cidade a ser fundada no estado foi Vila Velha, onde ficamos hospedadas.
Basicamente o que separa as duas cidades é uma ponte, conhecida como 3ª Ponte, considerada a quinta maior ponte em extensão, com 3,33 km, do Brasil.
Nos hospedamos na Pousada Vilazinha que está localizada na Prainha, a pouca distância do Convento da Penha e da Igreja Nossa Senhora do Rosário.
A Pousada Vilazinha é Pet Friendly e você pode ler mais sobre nossa estadia no artigo Pousada Vilazinha – Hospedagem Pet Friendly em Vila Velha (ES).
Fazer passeios com agências de receptivo é uma ótima opção, facilita a locomoção, além de ter um guia especializado para nos contar a história local.
Fizemos os passeios com a Capixaba Turismo Receptivo e foi uma experiência muito boa!
Foram 3 passeios feitos com a Capixaba Turismo, visita ao Buda, Citytour e Montanhas capixaba.
O primeiro passeio com eles foi para conhecer o segundo maior Buda do mundo!
O Buda Gigante está localizado em Ibiraçu, norte do Espírito Santo, na entrada do Mosteiro Zen Budista.
A estátua possui 35 metros de altura, com 350 toneladas de ferro, aço e concreto, e levou mais de 1 ano para ficar pronta.
O Buda fica na praça Torii, em frente ao mosteiro. O lugar é lindo! Uma energia maravilhosa!
A guia da Capixaba Turismo me acompanhou o tempo todo, descreveu o lugar para mim e me levou para tocar primeiro um Buda menor para eu ter noção de como é o Buda Gigante, já que, devida a sua proporção, não conseguiria tocar nele todo, eu até tentei, mas só alcancei a flor de Lotus…rs.
O mosteiro estava fechado no dia da nossa visita, o que foi uma pena, por causa da pandemia abrem somente aos domingos e com grupo restrito de 150 pessoas por dia.
Lá tem uma lanchonete com um pastel famoso, sinceramente não achei nada de mais, para nós paulistanos que temos os pasteis de feira, não achei nada de extraordinário, o diferencial é que a massa é saborizada, comi pastel com massa de chocolate e recheio de banana com canela.
O passeio foi gostoso, mas seria melhor se tivéssemos visitado o mosteiro. A duração total foi em torno de 3hs.
Várias pessoas diziam que eu deveria conhecer Pedra Azul, que é um lugar lindo! E para conhecer a famosa Pedra Azul, fiz o passeio de Montanhas Capixabas, onde subimos a serra e curtimos um clima mais ameno.
Neste dia o grupo era maior e foi outro guia, um amor também! Em algumas ocasiões me descrevia a paisagem, só escutava os outros turistas “Nossa, que lindo!”, ficava me esforçando para tentar enxergar algo, mas sem sucesso. ☹
Fizemos algumas paradas até chegar no topo da nossa viagem, passamos por um orquidário, fazenda com vinhos e doces artesanais, comprei vinho de jaboticaba e geléia.
Provei o terceiro café mais caro do mundo, o café Jacu, não imaginava que as fezes de um pássaro valeria tanto! Como não rola pagar R$ mil no quilo do café, tomei só uma xícara mesmo por R$ 14. Bom, não sou apreciadora de café, baristas que não briguem comigo, é gostoso, mas não sei se precisava valer tudo isso mesmo…rs
E é na Cafeteria Café com Prosa que prestigiamos a bela e famosa Pedra Azul!
O Pico Pedra Azul fica dentro do Parque Estadual, e tem 1822m de altura, cuja origem do nome vem da predominância da coloração azul. Na verdade, o pico muda de cor cerca de 36 vezes ao dia, dependendo da incidência de luz solar, que atinge os líquens que crescem na pedra, podendo variar desde o azul, o verde, o amarelo, até o acinzentado.
Pensei que chegaria mais perto para tocar na Pedra, fiquei um pouco decepcionada quando soube que era só a distância, mas mesmo se tivesse entrado no Parque Nacional o acesso a ela não é tão simples e eu não conseguiria tocar também.
Nós que não enxergamos queremos tocar tudo, nossa forma de “enxergar”, assim criamos a imagem na nossa mente.
Começamos a retornar e paramos em Domingos Martins, uma gracinha de cidade com colonização alemã, me lembrei bastante da visita a Pomerode.
Paramos na praça central, onde fica a Igreja Luterana, para saber mais sobre a história da cidade. Depois caminhadinha pela Rua do Lazer, onde comprei uns chocolates bem diferentes, que na realidade são de café, se não me engano tem 20% de cacau, somente para dar a consistência da massa. Fez bastante sucesso por aqui!
E não podia deixar de provar o famoso strudel de maçã!
Quase ficamos sem, fazem pouca quantidade, na primeira loja que fomos tinha somente 2, corremos para a outra antes que acabasse!
Fiz amizade com 3 mulheres viajantes maravilhosas! Ainda espero encontra-las em uma próxima viagem!
Ah, falando em mulheres, uma coisa que notei nos 3 dias de passeios com eles, a mulherada era predominante, gostei de ver! =D
Fazer CityTour com agência é uma maneira rápida de conhecer a cidade de uma forma geral.
Começamos o Tour por Vila Velha, parada obrigatória, Convento da Penha!
Adorei o lugar, sua história e energia.
O Convento de Nossa Senhora da Penha é o um dos santuários de devoção mariana mais antigos do Brasil. Foi fundado por Frei Pedro Palácios, um frade espanhol, que chegou no Brasil em 1558 trazendo consigo o Painel de Nossa Senhora das Alegrias.
O Convento está localizado no alto de uma colina, a 154 metros de altitude, tendo uma vista privilegiada de Vila Velha e Vitória.
Para acessar o Convento pegamos uma van que custa R$ 5 por pessoa, esse valor dá direito a subida e descida, também é possível subir a pé, a subida tem cerca de 1 km.
Após o quadro de Nossa Senhora das Alegrias ter desaparecido do oratório por algumas vezes e ter sido encontrado no alto do morro, o Frei interpretou como um sinal para que uma capela fosse construída no alto do penhasco. E em 1562 foi construída a Capela de \São Francisco.
Mais tarde, em 1652, foi iniciado a construção do Convento da Penha.
A padroeira se chama Nossa Senhora da Penha porque seu altar fica no alto de um penhasco. As cores de seu manto são rosa, que representa a humanidade, e azul, que está relacionado a divindade.
As cores da bandeira do Espírito Santo foram inspiradas no manto de Nossa Senhora da Penha.
A Santa segura o Menino Jesus no colo e ele tem nas mãos um globo, símbolo de que Ele controla e sustenta todas as coisas.
Quando chegamos no campinho, área baixa do convento, podemos visitar o mirante, que tem uma vista maravilhosa! Dá para ver a Terceira Ponte, a entrada da Baía de Vitória, as muitas ilhas e ilhotas da costa capixaba, as praias e as montanhas ao fundo.
Bom, não consegui ver a paisagem, mas o Wanderson descreveu um pouco da paisagem e do convento para mim. =D
Além do mirante podemos visitar a capelinha de São Francisco de Assis, onde aproveitei para pedir proteção para minha princesa Hilary. No local também Encontra-se uma lanchonete e a capela de São Francisco.
Para acessar o convento e a capela onde está a imagem de Nossa Senhora da Penha, precisa subir mais de 100 degraus, então deixei a Hilary na varanda da lanchonete e subi com o guia da Capixaba Turismo.
Infelizmente não tem acessibilidade nessa parte do passeio, muitas pessoas com mobilidade reduzida não conseguem subir os degraus e faz suas orações da parte baixa mesmo.
Gente, a energia da capela é incrível! Fiz as minhas orações e começamos a retornar, como Hilary não subiu comigo, não quis demorar muito para voltar.
Deixo aqui um videozinho rápido sobre nossa visita.
No pé do convento possui várias lojinhas de artesanato, onde comprei miniatura da panelinha para fazer a famosa moqueca capixava! 😛
Do Convento fomos para a Loja Boutique Chocolates Garoto, parada mais para comprar chocolates e souvenirs, é possível encontrar alguns chocolates que são vendidos somente ali.
Seria mais legal se a fábrica estivesse aberta para visitação.
Na entrada o segurança veio dizendo que não era permitido a entrada de cães, explicamos ser cão-guia, depois o guia se aproximou e não escutei mais o que foi dito, mas não rolou nenhum estresse adicional.
A parte histórica do centro de Vitória é conhecida como Cidade Alta, e é onde fica a Catedral Metropolitana de Vitória, com arquitetura de característica neogótica.
Estava acontecendo uma missa quando visitamos, foi uma parada rápida e logo nos dirigimos para nosso local de almoço, o Hortomercado.
Nesse dia acabei não fazendo amizades e me senti um pouco mais sozinha, acabei somente almoçando e não visitei o Mercado, após terminar meu almoço o rapaz do restaurante me deixou na saída e lá aguardei o pessoal retornar.
Mas aconteceu uma coisa engraçada, pedi meu almoço, o garçom simpático me auxiliou com o cardápio, terminei de almoçar e pedi a conta, ele me entregou o papel e pedi para ele me falar o valor, aí disse “está aqui ó”, apontando para onde estaria, disse “sim, mas é que não enxergo!, ele pegou meu dedo e começou a passar em cima do papel, fiquei “Será que tem braile? Milagre isso!”, aí não sentia nada, era um papel comum! Kkkk
Depois começamos nosso retorno para as respectivas hospedagens, visitando mais alguns pontos sem parada para descer.
Como estava próxima da Igreja Nossa Senhora do Rosário, fiz a visita a pé.
Adorei o atendimento que recebi na igreja! Fiz a visita guiada, o rapaz me contou toda a história da igreja me deixando tocar em algumas imagens, toquei até em uma parte da pintura de 1535! Durante a restauração preservaram uma parte da igreja antiga.
A Igreja Nossa Senhora do Rosário é a mais antiga em funcionamento do Brasil.
Em 28 de janeiro de 1860 recebeu a visita de D Pedro II, que assustado com o abandono da igreja ajudou na recuperação e manutenção da Igreja da Prainha.
Fiquei pensando em quanta história um lugar preserva, quantas pessoas já pisaram ali, quantas vivencias, quantos anos ricos da nossa preciosa história.
O Farol de Santa Luzia está localizado em Vila Velha e foi construído em 1871, e é a montagem mecânica mais antiga do Espírito Santo.
As peças que compõem o Farol Santa Luzia vieram da Escócia em 1870 e o local foi montado em 1871, a pedido do Barão de Cotegipe, ministro da Marinha Imperial na época. A torre mede 12 metros de altura e tem uma base octogonal de 9 m².
A luz do farol possui um alcance de até 51 km, e ainda orienta a entrada dos navios na baía de Vitória, no Porto da Capital, em Tubarão e em Vila Velha.
Fomos recebidos por um marinheiro super simpático que nos contou a história do Farol de Santa Luzia, me descrevendo alguns nós que fazem parte da decoração do Farol.
Onde está localizado o Farol de Santa Luzia é uma vila residencial militar com 3 casas. Uma delas mora o faroleiro, responsável pela manutenção do Farol, a outra é a Sala da Memória, com desenhos na parede contando sua história, e a lanterna antiga. A última casa é a é uma lojinha de artesanato.
Não tinha como ir a Vila Velha e não praticar Body Board!
O primo do meu pai mora na cidade e tem uma grande paixão pelas ondas! Acompanha sempre os campeonatos de surf, e me convidou para essa nova experiência, praticar Body Board! E essa aventura foi parar no ESTV e Canal Off, confiram abaixo como foi!
Não surfava desde a infância, fiquei tensa no início, mas foi muito divertido!
Foi no rasinho para minha segurança, queria ter ido mais fundo, mas era arriscado, pensando que não tenho tanta experiência de mar também.
A cada retorno na areia Hilary ia verificar se eu estava bem…rs
A moqueca capixaba também fez parte do meu “roteiro gastronômico”! A esposa do meu primo fez a verdadeira moqueca para eu provar a comida típica local. Gente, estava uma delícia!!!
No caminho para o aeroporto passamos na Associação das Paneleiras de Goiabeiras.
É um galpão onde várias paneleiras produzem e comercializam, individualmente, suas peças feitas de barro: panelas, potes, travessas, bules, caldeirões, frigideiras etc.
Conversei com dois paneleiros, uma mulher e um homem, ambos foram maravilhosos comigo!
Me contaram um pouco da sua história.
O processo de fabricação é praticamente o mesmo de antigamente, é um conhecimento passado de pais para filhos, mantendo a identidade cultural, fazendo com que várias gerações exercessem o mesmo ofício.
Conversando com a paneleira percebi que é algo que pode vir a se perder no futuro, ela disse que é a única da família que ainda exerce a profissão e aprendeu a arte de manusear o barro, que nenhuma das filhas se interessou pelo ofício e ela não quer que nenhuma das filhas tenham essa profissão também.
Adorei brincar um pouco com o barro que me deram para sentir a textura, mas fiz a maior lambança nas mãos!rs
Apesar de ter ficado 6 dias no Espirito Santo, senti que ainda faltou muita coisa para conhecer! Me despedi dizendo “Até breve ES!”
Fonte:
Conheça a história do Convento da Penha | Convento da Penha
Como visitar o Convento da Penha: maior ícone do Espírito Santo (penaestrada.blog.br)
A Paróquia | Paróquia N. S. do Rosário (paroquiadorosario.com)
As curiosidades do Farol Santa Luzia, que virou cartão-postal no ES | A Gazeta
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