Roteiro de 3 dias em Brasília – DF
Sempre tive curiosidade de conhecer Brasília, escuto esse nome desde a infância, mas depois de adulta, quando comecei a cogitar a visita, muitas pessoas me desmotivavam dizendo que não tinha o que fazer por lá, até que esse ano resolvi concretizar essa minha vontade e tudo aconteceu tão rápido que era mesmo para ser!
Brasília foi inaugurada em 21 de abril de 1960, e meu avô materno estava presente neste dia, ele não só estava no dia da inauguração da cidade, mas ele ajudou a construir! Como dizem por lá, ele foi um “candango”, nome dado aos pioneiros de Brasília, isso só soube poucos dias antes da minha viagem, o que fez aumentar ainda mais a minha vontade de conhecer! 😉
Meu primeiro contato foi com a Carol do projeto @oqueolhosnaoveem que mora em Brasília, ela me incentivou a viajar para lá e me apresentou a Acessível Viagens, que foi a responsável pela emissão das minhas passagens, uma agência de viagem que atende o mundo todo e tem um diferencial, proporcionar uma boa experiência para pessoas com deficiência, verificando toda necessidade do turista na cidade de destino.
Site da Acessível Viagens – www.acessivelviagens.e-agencias.com.br
Pouco mais de 1 mês depois chegou o dia da viagem! Não via a hora de explorar um lugar novo e de viajar eu e Hilary!
Chegamos a noite em Brasília, e fomos jantar em uma pizzaria, percebi que o Luiz Eduardo e a Carol bem queriam me conquistar! Meu pai já teve pizzaria, então adoro essa delícia! =D
Fomos na Pedaço de Pizza, um grande diferencial, a pizza é quadrada, nunca tinha visto! O lugar é uma graça, pizza gostosa, a dona da pizzaria, Antônia, é um amor! A Carol me descreveu o ambiente, e a decoração tem toda um toque feminino >3
Nos hospedamos no Like U Hotel, fica no Setor Hoteleiro da Asa Sul, próximo a Torre de TV. O Paulo nos recepcionou e se ofereceu para me mostrar onde era o quarto e apresentar por dentro. Isso é bem importante para nós que somos cegos, facilita para fazermos o reconhecimento do ambiente e assim saber onde estão as coisas.
Conversando com a Valéria, CEO do hotel, soube que em poucos dias fariam um treinamento para os funcionários aprenderem Libras, dessa forma conseguirão atender melhor o turista com deficiência auditiva, achei o máximo a iniciativa!
No dia seguinte cedinho fomos para Pirenópolis, fica cerca de 150km de Brasília.
A cidade é um charme! Lembra muito Paraty, ficamos 2 dias e foi pouco, precisa de no mínimo uns 4 dias para conseguir passear bem por lá.
Para saber mais sobre esse passeio clique aqui “Roteiro de 2 dias em Pirenópolis”.
Bora começar os passeios por Brasília!
O Juan foi meu guia turístico em um dos dias. É muito importante contratar sempre guia credenciado pela CADASTUR (cadastro junto ao Ministério do Turismo).
O Juan fala 5 idiomas, um uruguaio que se apaixonou pelo nosso país e atua como guia turístico a 10 anos, e em todo esse tempo de trabalho, eu fui a primeira turista cega que ele atendeu! Desafiador não? 😉
Achei o máximo quando ele me contou que conversou com uma amiga audiodescritora para saber como me descrever os lugares e me auxiliar da melhor forma possível!
Clique aqui para entrar em contato com o Juan!
Começamos nosso tour na Torre de TV.
Localizada no coração de Brasília, a Torre de TV é a segunda estrutura mais alta do Brasil, com 230 metros de altura. Projetada pelo arquiteto e urbanista Lucio Costa, foi inaugurada em 1967, para receber antenas de emissoras de rádio e TV.
Ela é aberta para visitação, com entrada gratuita.
O mezanino fica no primeiro piso, com espaço em 360º e painel de azulejos de Athos Bulcã. A 75m de altura foi construído um mirante de onde é possível ver a cidade que foi planejada no formato de um avião.
Em frente da Torre de TV possui uma Fonte Luminosa com 2 mil ejetores de água que é ligada todos os dias em horários específicos.
Também possui um letreiro gigante escrito “Eu amo Brasília”, que lógico que garanti nossa foto! =D
O horário que fomos a Torre de TV estava fechada, então não subi para apreciar a vista, até tive oportunidade para ir em outra data, mas tinha uma bela vista da varanda do quarto do hotel, semelhante ao que “veria” na Torre de TV, que na verdade não veria nada, seria só para tirar fotos, então resolvi deixar para uma próxima oportunidade! 😉
De lá nos dirigimos ao planetário, onde aprendi coisas novas sobre nosso misterioso universo!
Que tal conhecer um pouco mais da história do 21º presidente do Brasil e da construção de Brasília?
O Memorial JK foi inaugurado em 1981. Trata-se de uma homenagem de Dona Sarah Kubitschek para manter viva a memória do marido após sua morte.
A obra foi feita em 17 meses, com projeto do arquiteto Oscar Niemeyer. São 120 metros de comprimento, 32 metros de largura e um pedestal de concreto armado de 28 metros de altura, de onde sai uma grande mão em forma de concha e protege a estátua em bronze, feita por Honório Peçanha, de onde JK acena para a cidade.
Os espelhos d’água, as rampas de acesso, e o verde do gramado e dos jardins emolduram o Memorial JK, todo em mármore branco contrastando com o céu da capital. No jardim, uma escultura de Dona Sarah abraçada ao presidente. Um pequeno monumento de granito negro reproduz uma das frases do JK.
São 5.784 metros quadrados de área construída, que reúne o acervo pessoal e político do ex-presidente, fotos que contam detalhes de sua vida e obra, a sala de metas para seu governo, maquetes, vestes, imagens da construção e inauguração da capital e, ainda, uma reconstrução da sua biblioteca pessoal.
Fiquei bem curiosa para saber realmente como são os vestidos da Sarah, o Juan e Luiz falaram que são lindos, mas como ficam em uma cúpula de vidro, não pude tocar. Até sugeri para eles que poderiam fazer uma réplica em miniatura de algum vestido, tipo roupa de boneca mesmo, somente para podermos tocar e saber como são. 😉
No segundo andar fica a Câmara Mortuária. O túmulo de JK está no centro de um ambiente com paredes esculpidas por Athos Bulcão e um vitral feito por Marianne Peretti. O espaço recebe luz natural que varia de tom de acordo com a posição do Sol.
Logo na entrada possui uma maquete tátil, que me possibilitou ter uma compreensão melhor da arquitetura do prédio e principalmente da escultura do JK que fica no topo. Possui materiais em braile e audiodescrição no vídeo que é passado sobre a história de JK e da cidade.
Fiquei pensando se em alguma daquelas fotos e cenas do vídeo aparecem meu avô, será que um dia saberei?
Depois de tanta história a fome bateu! Fomos para o Pontão do Lago Sul almoçar.
O Pontão é um complexo de entretenimento e gastronomia que circunda o Lago Paranoá, nem parece que estamos em Brasília, adorei a vibe!
Almoçamos no Restaurante Fausto e Manoel, sentamos próximo ao lago, estava uma brisa muito boa!
A comida é deliciosa! Experimentei o prato chefe da casa, chama Formiga, é um pastel com linguiça, couve e queijo, muito bom! Só acho que podiam ter opção de linguiça sem pimenta, como não curto pimenta, comi só o pastel com couve e o queijo. 😉
O atendimento é excelente, para facilitar para nós, foram levando os pedaços de carne na nossa mesa, uma farofinha de ovo incrível e batata frita, e de sobremesa nos deliciamos no suflê de chocolate, maior pecado! ;P
A tarde foi hora de compromisso, gravamos uma entrevista para o SBT, deixarei o link aqui para assistirem, ficou muito legal!
Um dos cenários da gravação foi a Praça dos 3 Poderes, onde tem a escultura de 2 candangos GIGANTESCOS, me falaram ter uns 8 metros de altura, mas como estava gravando acabei nem tirando fotos por lá.
Quando não enxergamos, o toque é muito importante para criarmos uma imagem do que estamos “vendo”, a audiodescrição ajuda bastante, mas o “tocar” é muito mais rico de detalhes e nos permite criar uma imagem mais fiel do monumento.
E foi com essa proposta que tive a oportunidade de conhecer a exposição “Brasília na ponta dos dedos” no Visão Hospital dos Olhos.
São miniaturas dos atrativos de Brasília, assim podemos tocar e criar a imagem daquele monumento, por exemplo, toquei a belíssima Catedral, o Estádio, Estátua do JK, aquela que está no topo do Memorial JK, entre outras!
Uma solução tão simples que seria incrível ter em todos os atrativos turísticos do mundo, nos ajudaria muito!
Soube do projeto Vela Adaptada e amei! Localizada no Clube Nipo, a Capital do Remo oferece várias atividades para pessoas com e sem deficiência.
Cheguei lá achando que iria velejar, após conhecer o Estevão, sócio fundador da Capital do Remo, ele me falou que estavam sem Barco a Vela e me sugeriu fazer a Canoa Havaiana, bateu um medinho, mas topo todo tipo de aventura!
Quando não enxergamos, algumas coisas simples acabam se tornando mais temerosas do que deveria, fiquei com medo de cair no lago ao entrar ou sair da canoa, me atrapalhar ao remar e virar a canoa, enfim, imaginação foi a mil!
O João me acompanhou na aventura, ele trabalha no local e já auxiliou outras pessoas com deficiência visual. Super atencioso e paciente, foi me ensinando como eu deveria remar, me mostrou a canoa para eu tocar e fazer o reconhecimento, procedimento feito, hora de remar!
Hilary ficou me esperando em terra firme e sequinha, mas ficou doida quando me viu afastando do deck. E remei por 2km, foi uma experiência maravilhosa! Uma sensação e segurança muito boa!
Já estou doida para voltar, e da próxima vez quero velejar!
Conheça mais sobre a Capital do Remo clicando aqui.
Sou impressionada com a arquitetura da Catedral, totalmente diferente das igrejas convencionais! Lembro de ver fotos quando enxergava, ela ficou bem gravada em minha mente! Por causa da pandemia não está sendo possível chegar próximo do altar.
A Catedral de Brasília, projetada por Oscar Niemeyer, foi o primeiro monumento criado na cidade. Iniciou sua construção em 1958 e foi inaugurada em 1970.
Clique para saber mais sobre a História da Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida
Dizem que tem uma parede onde você fala de um lado e a pessoa escuta do outro, mas não fiz o teste para ver como é, confesso que acabei esquecendo disso no dia da visita, e agora estou curiosa!
Sabem que sou a louca do sorvete né? Sempre tento incluir pelo menos uma sorveteria no roteiro, e em Brasília não foi diferente!
Fomos na Cremeria Italiana, que delícia de gelato! O Paolo é um italiano nato e conversamos sobre a proposta da Cremeria, oferecer uma experiência ao cliente, apreciar o sorvete tendo diversas sensações! Os sabores são feitos em camadas, nos permitindo sentir texturas e sabores em um só! Adorei quando ele me deu para provar um sabor sem me dizer qual era, pediu para eu adivinhar e acertei!
Hilary não ficou de fora, tomou um delicioso picolé de manga, feito especialmente para ela! Pois é gente, são Pet Friendly e produzem sorvetes próprios para cães!
A noite fomos na Igrejinha comer no famoso “Dogão da Igrejinha! Do lado também tem um Truck com comida árabe, Shawarma Sadek, é fácil achar, a comida lá também é muito boa! Me lembrou o delicioso Souvlki grego.
Muitos lugares passamos de carro, a Carol ficou responsável por me descrever tudinho! Adorei tudo, encantada em como Brasília foi construída de uma forma mais futurística, fiquei impressionada com muitas coisas que ela me descreveu. 😉
A viagem aconteceu de 14 a 19 de agosto, por causa da pandemia alguns atrativos estavam fechados e com horários diferenciados, o que acabou prejudicando um pouco nossos passeios, mas isso deixou com um gostinho de quero mais, e teremos que voltar para poder fazer tudo o que Brasília tem a oferecer!
Agradeço a todos os parceiros desta viagem, em especial ao Visite Brasília e projeto O que os Olhos Não Veem! <3
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Mel, você acredita que meu pai também trabalhou na construção de Brasília!
Eu não sabia que a cidade tem o formato de um avião! Então é por isso que tem os bairros Asa Norte e Asa Sul, né? Que interessante!
Oi Simone!! Que legal que o seu pai também foi um pioneiro da cidade! Eles estão procurando pessoas para entrevistar que participaram dessa época, depois procura o arquivo público de Brasília no Instagram, não sei se já começaram a convocar as pessoas… Exatamente! É por causa do avião 😊
Oi Simone!! Que legal que o seu pai também foi um pioneiro da cidade! Eles estão procurando pessoas para entrevistar que participaram dessa época, depois procura o arquivo público de Brasília no Instagram, não sei se já começaram a convocar as pessoas… Exatamente! É por causa do avião 😊
Mel, você acredita que meu pai também trabalhou na construção de Brasília!
Eu não sabia que a cidade tem o formato de um avião! Então é por isso que tem os bairros Asa Norte e Asa Sul, né? Que interessante!
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