O que fazer em Paraty – Roteiro de 4 dias
Primeiro artigo de 2018 e vamos falar sobre o meu destino de Reveillon, Paraty! Fiquei 4 dias na cidade e darei algumas dicas do que fazer nesse encanto de lugar!
Paraty é considerada patrimônio histórico nacional e localiza-se a 270km da capital paulistana e 250km da capital carioca. De ônibus a viagem leva em torno de 6h30min, mas como fomos em período de temporada, levamos quase 10hs! O problema foi entre Caraguatatuba e Ubatuba. A empresa de ônibus que vai para Paraty é a REUNIDAS.
Paraty foi fundada em 1667 em torno a Igreja Nossa Senhora dos Remédios, padroeira da cidade. Passou por vários fatos históricos e somente na década de 70 começou o seu desenvolvimento turístico devido a construção da BR101 (Rio-Santos).
Caminhar pelo seu Centro Histórico é voltar ao passado. O calçamento pé de moleque continua preservado e seus casarões com janelas e portas coloridas são as características principais de Paraty. Não circulam carros pelo centro histórico, ele é fechado com correntes e possui 20 ruas em formato de tabuleiro de xadrez.
Já dou uma dica para a mulherada, deixe o salto em casa! É bem complicado de caminhar pelas ruas de pedra, pegamos chuva então elas estavam mais escorregadias, levei váaarios escorregões e machucados no pé! #fikdik
Bom, caminhar pelo centro histórico já é um dos principais passeios a se fazer por Paraty. Existem várias lojinhas, restaurantes, a Igreja Nossa Senhora do Remédio, Museus… Em época de alta temporada ele fica bem lotado e todas as noites acontecia show ao lado da Igreja, muita agitação!
Um passeio imprescindível para se fazer é o passeio de escuna ou de barco. Indo de escuna é cobrado R$ 63 por pessoa (o preço varia conforme alta e baixa temporada), fazem 4 paradas onde podemos descer e curtir a ilha ou apenas nadar, dependendo da parada. Indo de barco é cobrado um valor fechado pelo barco e você decide com o barqueiro as ilhas a serem visitadas.
Fizemos o passeio no dia 31/12, tivemos dificuldades de encontrar uma escuna que aceitasse a Hilary, mesmo explicando que era cão-guia não queriam aceitar, até cheguei a ouvir “temos vaga, mas não para o cachorro”. Como estavam praticamente todas lotadas não quisemos ficar discutindo e íamos logo atrás de outra, até que encontramos a Agência de Turismo Melão VI que não se opôs em levar a Hilary e nos recebeu super bem! Eles possuem escuna própria, mas estava lotada, então fomos com um parceiro deles, a Escuna UNAÍ, que também nos recebeu muito bem e foram super atenciosos comigo e com a Hilary, nos ajudando em tudo o que precisávamos.
A primeira parada foi na Praia de Jurumirim, que é de propriedade do Amyr Klink, em seus livros e palestras ele fala muito de sua casa nessa praia, que diga-se de passagem, é um belo refúgio em meio a natureza! Águas limpíssimas e bem calmas.
Segunda parada, Praia de Ponta Grossa, intervalo para almoço. Almoçamos o Restaurante Recanto Água Linda, estava muito cheio e com fila. É comida por quilo, quando chegamos no buffet já não tinha quase comida, eles não possuem estrutura para uma quantidade muito grande de pessoas. Enquanto comia ouvi gente voltando dizendo que tinha acabado tudo e não conseguiu comer. Com essa experiência sugiro que dê preferência para escuna que sirva almoço a bordo, a não ser que você vá em baixa temporada.
Na terceira parada o meu celular morreu… Acabou a bateria e o meu carregador portátil me deixou na mão. Infelizmente acabou bem na Praia Vermelha, onde desci com a Hilary para ela nadar um pouco. Foi a diversão da galera! Achei o mar um pouco mais agitado do que em Jurumirim. Na Praia Vermelha também possui restaurante.
Última parada de nosso passeio, Lagoa Azul. Gente, caiu a maior chuva! Mas logo passou e apareceu o sol, o que isso significa? Arco-Íris! E para o espetáculo ser melhor ainda, não foi 1, foram dois arco-íris!
Eu não consigo mais enxergá-lo, mas adorava ficar olhando quando era criança e imaginando o pote de ouro no final dele (quem nunca?) e essa lembrança ainda é bem rica na minha memória, então é só colocar a imaginação para funcionar e lá estavam os 2 belos arco-íris!
Durante o caminho de volta passamos pela Ilha do Mantimento, onde está localizado o Castelo que foi cenário de gravação do filme Crepúsculo.
Agora correr para nos arrumar para a Festa da Virada! Por causa da muvuca e fogos achei melhor deixar a Hilary na pousada, ela não se assusta com fogos, mas por precaução deixei a TV ligada com o volume um pouco mais elevado. 😉
Seguimos o fluxo até onde seria a queima de fogos. Lá tinha um palco onde fizeram a contagem da virada e depois rolou um show. Ao lado da matriz também teve show, onde curti mais as músicas e a galera. O som rolou até umas 3 da manhã.
E bem-vindo 2018!!!
Deus nos abençoou com um belo dia de sol no primeiro dia do ano! Interpretei isso como um recado de que o ano de 2018 será muito iluminado! =D
Já que deu sol, deu praia! Fomos para a Praia de São Gonçalo, pegamos o ônibus na rodoviária, de lá saem todos os transportes públicos também, a passagem custa R$ 4,25. O trajeto levou em torno de 40 minutos, chegando na parada descemos uma pequena trilha até a praia. A praia é gostosa, mas não conseguimos encontrar um lugar para ficarmos e decidimos ir para a Ilha do Pelado, você pega um barco direto da praia mesmo que leva para várias ilhas próximas. Para Ilha do Pelado custa R$ 40 o trajeto de ida e volta, na volta é só combinar com o barqueiro o horário que quer retornar.
A Ilha estava LOTADA! Demorou um bom tempo até conseguirmos uma mesa. Gostei bastante da ilha e do mar, água bem limpa e mar tranquilo, dei o meu bom mergulho para renovar as energias para 2018! Hilary se divertiu bastante com as crianças que estavam por ali. A inocência das crianças e curiosidade é incrível! Ficaram me questionando como era não enxergar, como eu sabia onde eles estavam, como a Hilary me guiava…me entupiram de perguntas e testes para ver se eu realmente sabia quando eles mudavam de lugar. Hahaha
De volta a Paraty famintos! Bem na entrada do centro histórico, em frente a Praça do Chafariz, tem o Restaurante Caramujos, a comida é muito boa e bem servida, o preço fica em torno de R$40 por pessoa já com bebida. Indo mais para o meio do centro histórico os valores ficam em torno de R$ 60,70 por pessoa.
Quem me acompanha a mais tempo sabe da minha paixão por sorvetes e em praticamente todas as minhas viagens indico alguma sorveteria, mas infelizmente dessa vez não indicarei nenhuma. A última vez que tinha visitado Paraty foi há uns 12 anos atrás e eu AMAVA a Sorveteria Sorveterapia, e o que eu quis fazer logo que cheguei dessa vez? Ir na sorveteria! Mas foi uma decepção enorme, não sei se mudaram de dono, mas não gostei dos sorvetes. E a outra sorveteria que fui não achei tão gostosa a ponto de indicar para vocês, sou crítica com sorvetes!rs
Nosso último dia em Paraty fomos para Trindade, ao contrário do que a maioria pensa, Trindade não é uma cidade, mas sim um distrito de Paraty, você sabia?
Da rodoviária até Trindade leva uns 30 minutos.
Trindade se resume basicamente em uma avenida. Fizemos uma boa caminhada da parada do ônibus até a Praia do Meio, onde nos indicaram ir.
Da Praia do Meio pegamos um barco até a Praia do Cachadaço, R$ 30 o trajeto de ida e volta por pessoa, mesmo esquema da Ilha do Pelado. Tem como ir de trilha, uns 15 minutos de caminhada, mas disseram que estava muito perigoso e achei melhor não arriscar.
É na Praia do Cachadaço que fica a famosa Piscina do Cachadaço, uma piscina natural entre as rochas. Da Praia se faz outra trilha de 1 hora, não fui até lá, então não posso comentar a respeito, mas dizem ser bem bonito e que lá não tem estrutura de quiosques.
A Praia do Cachadaço estava bem vazia, possui uma extensão de praia maior do que a Ilha do Pelado. O mar é um pouco mais agitado, fiquei com mais receio e não mergulhei muito, entrei só um pouco, já a Hilary, como não tem medo de nada, se divertiu horrores!! rs
Na volta da praia paramos no Larica´s Restaurante para almoçar, adorei a comida! Bem servido e gostinho de comidinha caseira, ficou em torno de R$ 40 por pessoa já com a bebida.
Em Trindade foi bem mais tranquilo para fazer as coisas com a Hilary, não teve recusa nem no barco e nem no restaurante.
Tivemos problemas para pegar o ônibus de volta a Paraty, tinha muita gente esperando, o primeiro ônibus que chegou lotou e ficamos para trás, o motorista disse que em 15 minutos teria outro e esperamos mais de 1 hora, com isso foi aquela correria para arrumar as coisas e ir para a rodoviária. Além do motorista não querer abrir a porta do ônibus para mim por causa da Hilary, mesmo explicando o que era um cão-guia, precisou os outros passageiros falarem para ele abrir a porta para mim. Então se você deixar para visitar Trindade no seu último dia de viagem, como eu fiz, volte bem antes para não fazer o mesmo corre! rs
Agora vamos falar dos perrengues e acessibilidade de Paraty.
Eu acho a cidade uma graça, apesar da dificuldade de caminhar pelo centro histórico eu adoro passear por lá. Mas se eu estivesse sozinha seria muito complicado de fazer as coisas, lógico que se eu estivesse daria um jeito, mas passaria por mais dificuldades. Andar com a Hilary me guiando por exemplo, sem condições! Fiz um vídeo com ela me guiando em uma das melhores ruas e mesmo assim levei um escorregão, vocês podem ver no vídeo abaixo. Cadeirante por ali eu acho impossível, mas se algum cadeirante já visitou o centro histórico de Paraty deixa aqui nos comentários sua experiência, vou adorar saber, fiquei muito curiosa para saber como faria.
Um outro ponto, não gosto de generalizar, mas as pessoas de lá não respeitam muito a lei para pessoas com deficiência. Passei vários perrengues porque não queriam aceitar a Hilary, olhavam torto, criavam dificuldades para eu fazer as coisas por causa dela, como mencionei acima sobre a escuna. Teve os motoristas de ônibus que não entendiam sobre o cão-guia também, dos 4 que peguei apenas 1 tinha conhecimento.
Enfim, apesar de todas as dificuldades, pés doloridos e machucados, escorregões, nos divertimos muito! E todas essas dificuldades só me faz querer viajar mais e mais para mostrar que as pessoas com deficiência saem de casa e querem ter direito ao lazer assim como qualquer outra, e para poder ampliar o conhecimento sobre o cão-guia, pois boa parte dos hotéis criam problema quando vou me hospedar, recusam ou me colocam em quarto ruim.
E vamos viajar minha gente! Aproveitar a vida e mostrar para o mundo que também fazemos parte dele!
Aproveite e assista a primeira parte de nossa viagem, o vídeo foi dividido em 2 partes, últimos dias de 2017 e primeiros dias de 2018. <3
Se você já foi a Paraty e passou por alguma dificuldade deixe aqui nos comentários, também deixe caso tenha tido alguma experiência maravilhosa, é sempre bom saber de coisas boas! 😉
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Amei o texto. Adorei as dicas e as informações sobre acessibilidade. É isso aí vamos continuar mostrando para as pessoas que mesmo com nossa deficiência a gente sai se casa e quer se divertir também.
Obrigada Amanda! É isso aí! Também somos consumidores e queremos nos divertir! Vamos que vamos! 😉 Beijoss
Olá!
Já me identifiquei no seu post:
1) pelo assunto sorvete – tb sou “crítica” rs… espero ter mais sorte que você!
2) levar o dog no barco. Estou pesquisando e achei 2 opções:
– uma escuna com outros passageiros e pets (achei uma que aceita)
– alugar um barco privado (que fica bem mais caro e acredito que balance mais por ser menor). Meus dogs nunca andaram de barco, sequer foram à praia, não sei como seria a reação. Estou mais preocupada com a segurança deles, já que são pequenos, acham que é arriscado? Tipo cair, passar mal….
gosto muito da cia deles nas viagens e passeios, mas fico tensa tanto com o bem estar e comportamento deles, quanto dos outros ( situação, no mínimo chata, que você passou, ouvi tão bem que o pessoal em Paraty é super receptivo com cães, ainda mais pensando em cão-guia).
Olá Marcela! Desculpa pela demora em te responder! Torcendo para você tomar sorvetes maravilhosos! Sobre o passeio de barco, vai depender de como são seus cães, ideal ficar com eles presos na coleira por segurança, e acho que escuna seria melhor por ser maior e eles teriam menos visibilidade da água. Quanto a passar mal, Hilary é bem tranquila, então o negócio é fazer a primeira experiência para saber como será;) Boa viagem e depois me conte como foi! 😘