Dicas sobre Caraíva – BA
Nunca tinha escutado falar de Caraíva até a minha irmã resolver ir para lá passar o Reveillon, e como ela acabou ficando, resolvi visitá-la e ver porque Caraíva encanta tanto seus visitantes!
Não tenho problemas em viajar sozinha, mas sempre analiso bem o destino onde irei para saber se será tranquilo ir sozinha ou se é melhor ir acompanhada e, conversando com a minha irmã e analisando a estrutura da cidade resolvi levar a minha mãe comigo. Mais ao final do texto verão como a presença da minha mãe foi extremamente importante nesta viagem!
Para chegar em Caraíva precisa ir até Porto Seguro. Você tem 03 opções para chegar lá:
→ Taxi – em torno de R$ 350;
→ Carro – em Caraíva não entra carro, ele deverá ficar em um estacionamento em Nova Caraíva (antes de atravessar o rio), a diária custa em média R$ 20;
→ Ônibus – R$ 19.
Veja como chegar de carro e horários do ònibus.
Como as minhas viagens são sempre econômicas, fomos de ônibus, se você não se importa com conforto e quer economizar, é uma opção bem viável.
Os ônibus saem de Arraial D´Ajuda diariamente em 02 horários, na alta temporada aumenta a frota.
Comprei passagem aérea em promoção, então os horários de chegada e retorno não foram os melhores. Chegamos em Porto Seguro após ás 18hs e o último horário de ônibus que vai para Caraíva é as 15hs, resolvemos dormir em Arraial D´Ajuda, assim visitaríamos um pouco da cidade também.
Para chegar em Arraial precisa atravessar a balsa, do aeroporto para a balsa fomos de taxi, ficou R$ 31.
A travessia da balsa custou R$ 4,75 por pessoa, vale para ida e volta, por isso guarde o seu ticket. Pessoa com deficiência não paga. Chegando em Arraial pegamos uma van até o centro (R$ 3,50) e dali caminhamos uns 10 minutos, nem isso, para chegar até a Pousada.
Nos hospedamos na Pousada do Mel (adorei o nome 😛 ), é bem simples, atendimento e localização muito boa!
A noite caminhamos pela famosa Rua do Mucugê, passeio imperdível para quem vai a Arraial D´Ajuda, é uma rua com vários comércios, restaurantes, sorveterias… É onde se concentra o agito! Mesmo em baixa temporada estava cheinho.
Não tivemos muito tempo para conhecer a cidade, na parte da manhã fomos até a praia central, Praia do Mucugê, uns 15, 20 minutos de caminhada. A maré estava alta e não conseguimos caminhar pela praia, sentamos em uma barraca para tomar um pouco de sol e curtir. Uma coisa desagradável que achei são os ambulantes, eles ficam te abordando para oferecer os produtos ao invés de somente “gritar” o que estão vendendo.
Conheci 02 pessoas maravilhosas na praia! O Thiago, que trabalha na barraca, e o Pirata, faz passeio de stand up e caiaque. O Pirata me levou para dar uma volta de stand up no mar, foi uma delícia! Ele foi bem atencioso, me falava tudo o que estava acontecendo, procurem por ele quando forem para lá! 😉
Em Caraíva não tem caixa eletrônico e não são todos os lugares que aceitam cartão, o ideal é levar em espécie, você pode sacar em Porto Seguro ou Arraial D´Ajuda, caso pare por lá.
Hora de pegar o ônibus para Caraíva!
Quando viajo, principalmente para cidades menores, fico preparada para situações onde irão recusar a entrada da Hilary, e assim foi para pegar o ônibus. Após um bom tempo de conversa e os passageiros explicarem que ele deveria levar por ser cão guia, conseguimos embarcar. Bom, como disse acima, quem não se importa com conforto é uma boa opção, lembrando que é estrada de chão e o ônibus não é dos mais confortáveis, então vamos chacoalhando um pouco…rs. Após mais ou menos 2h40 chegamos em Nova Caraíva e pegamos o último transporte da nossa viagem, um barquinho para atravessar o Rio Caraíva, R$ 5 por pessoa.
Caraíva é o vilarejo mais antigo do Brasil, os primeiros portugueses chegaram por volta de 1530. Hoje possui 600 habitantes, segundo um morador da aldeia local. As ruelas são todas de areia, não passam carros, você faz tudo a pé ou usa o transporte local, uma charrete guiada por um burrico 😉 Então mulherada, esqueça o salto em casa!
É um lugar beeem rústico, não pega sinal de celular, somente Vivo e Nextel pegam um pouco melhor, mas não é por toda a vila, somente em alguns pontos.
Se você gosta de lugares bem urbanos, Caraíva não é um bom lugar para você. Lá é literalmente pé na areia e contato com a natureza, um lugar para se desconectar de tudo!
Como era tudo areia e eu estava com minha mãe, a Hilary tirou férias nessa viagem, nem preciso dizer que ela adorou né? 😉
A viagem foi bem curta, ficamos 3 dias, quando estávamos nos acostumando fomos embora ;(
A vila é bem agitada, tem bastante gente jovem (por isso que eu fui para lá… rsrs). Apesar de ser um lugar rústico, a estrutura dos comércios é muito boa, são uma graça! Recomendo o Restaurante Jacarandá, tem mesinhas externas e na parte interna o ambiente é a meia luz e com velas nas mesas, muito fofo! A comida é deliciosa e atendimento excelente!
Um pouco mais a frente do restaurante tem um lugar conhecido como Beco, com vários comércios, lá tem uma opção para a sobremesa, a doceria Flor de Jambo, provei o docinho de Nutella e o mousse de limão com ganache, muito bom!
Um lugar bem diferente para tomar café da manhã é o Canto da Duca, com opção de comida vegana.
A praia de Caraíva tem o mar bem agitado, longa extensão de areia, estava meio vazia quando fomos. Caminhando pela praia em direção ao rio conseguimos ver o braço de mar, onde acontece a junção do rio com o mar. A maioria das pessoas estava curtindo no rio, foi onde nadei com a Hilary e curti mais. Apreciar o pôr-do-sol de lá foi lindo! Existem barzinhos com mesinhas a beira-rio para curtirmos esse fenômeno da natureza! 😉
Em Caraíva existe uma Aldeia indígena com 3200 habitantes. Infelizmente não deu tempo de visitarmos, eles fazem os rituais em dia de lua cheia e outras datas especiais, queria muito ter participado!
Ao arredor de Caraíva possui diversos passeios para serem feitos.
Fomos de buggy para Corumbau, o motorista foi o Iruã, morador da aldeia. Pode entrar em contato com ele para agendar os passeios através do telefone (73) 99999-2347.
Em tupi guarani Corumbau significa “o fim do mundo e o começo da terra”, pois a terra avança sobre o mar, dando a impressão de se estar no fim ou no começo do mundo.
Corumbau possui apenas 100 habitantes, é uma vila de pescadores. A praia é bem deserta, o mar agitado e impróprio para banho, tem até placa alertando!
Foi um dia bem relaxante, apesar da praia ser mais reservada, possui uma boa estrutura com restaurante, banheiro… O arroz com polvo do quiosque da Vovó (não consigo me lembrar o nome certo do quiosque, mas é o primeiro quando se chega na praia) é bem famoso, mas esse cardápio não me agrada, quem provar me conta se é bom mesmo! 🙂
Antes de voltar para Caraíva passamos na Prainha, apesar do nome, é um rio! Estava completamente deserto, fizemos um pequeno banho de argila, nossa parada foi bem rápida. Em alta temporada acontece o passeio de boia, sai do Rio Caraíva, onde tem os barcos para a travessia, o visual deve ser incrível!
A Praia do Satu é um outro atrativo de Caraíva. O nome da praia foi dado em homenagem ao proprietário do único comércio que existe nessa praia. Para chegar precisa atravessar o rio, de barco (R$ 5) ou nadando, quando a maré está baixa. Após atravessar o rio tem uma caminhada de 3km para chegar a Lagoa, onde também tem o banho de argila e saímos de lá com a pele igual a de um pêssego! =D
Na lagoa não tem estrutura de comércio, então leve as coisas para seu consumo, lembrando que a caminhada é longa, mas vale o esforço!
Agora começa a nossa aventura e contarei porque a presença da minha mãe foi extremamente importante!
Ficamos 1h30min nos divertindo na Lagoa, como fomos no nosso último dia o tempo estava contado pois precisávamos pegar o ônibus de volta para Arraial que saía ás 16hs.
Na volta a maré tinha subido e uma parte da caminhada não tinha como ser feita pela areia, precisava ser feita pelas pedras. Foi nesse momento que agradeci ter mais uma pessoa com a gente. A minha mãe levou a Hilary enquanto a minha irmã me ajudou. O que minha mãe fez em 20min com a Hilary, eu e minha irmã fizemos em 1h.
Foi uma situação muito tensa, minha irmã me guiava, dizia onde eu tinha que pisar, o que eu tinha que fazer e eu não enxergava e, por muitas vezes, esticava o pé e não sentia a pedra, quando dava eu agachava para me dar mais apoio e conseguir encontrar a pedra onde deveria pisar. Eu ficava escutando o barulho das ondas batendo nas pedras e a água vindo na gente e isso me assustava. Pode ser que a situação nem fosse tão apavorante, mas a imagem que criei na minha mente com o que eu estava escutando foi bem tenso, a travessia não terminava nunca e fiquei o tempo todo tentando manter o controle para não apavorar a minha irmã também. Foi um susto ENORME mas conseguimos chegar com segurança!
Por isso recomendo que se informem sobre a maré antes de fazerem qualquer passeio a pé pela praia, com o mar não se brinca!
Como nosso voo era de manhã, dormimos em Porto Seguro para não ter perigo de perdermos o avião, recomendo que não deixem para retornar no dia, pois se chove a estrada fica ruim, o ônibus não passa e pode ter imprevistos.
Ah, no meu retorno o motorista do ônibus já sabia sobre a Hilary e ficou todo curioso perguntando sobre cão guia. 😉
Caraíva é cercada por inúmeras belezas naturais, por falta de tempo não conseguimos conhecer diversas delas, acredito que 5 dias seria o ideal para conseguir aproveitar bem!
Se você está planejando visitar o vilarejo, darei 3 dicas do que não pode faltar na mala: chinelo, repelente e protetor solar.
Faça as malas e boa viagem!
Leia também:
Muitas aventuras nesse lugar paradisíaco!! MARAVILHOSO!! 😍🙌🙏
Lugar maravilhoso! Obrigado pelas dicas! 😀
Olá Evandro! Fico feliz que tenha gostado das dicas! 😉
Maravilhoso seu post sobre minha Vila. Como Nativo,posso dizer,que vc enxergou mais coisas bonitas,do que eu com meus próprios olhos. Recomendo vc experimentar o Carnabóia.
Bjs até a próxima!
Oi Melinna, adorei o post! Que fofa a Hilary! 🐶😍 To querendo ir para Trancoso com meu border collie (só que ele viaja no bagageiro do aviao). Quero pegar o bus de Arraial para Trancoso e/ou Caraiva. Vou muito para la mas nunca levei o Lucky. Vc acha que eles vao deixar e embarcar no onibus (posso pagar duas passagens, se preciso). Sempre pego este bus e quase sempre está vazio. Irei em setembro. Meu cao é super docil! Obrigada 😊
Olá Patrícia! Infelizmente acho que será difícil deixar você embarcar com ele no ônibus, mesmo a minha sendo cão guia, foi estressante pois não queriam deixar que ela embarcasse, perdi bastante tempo explicando até que liberaram. E fico feliz que tenha gostado do artigo! 🥰
Olá, Mellina! Tudo bem? Adorei o post! Me tira uma duvida, estamos querendo ir com nossos dois cachorros pra caraíva (São dois vira-latas do tamanho da Hilary rs). Como você conseguiu fazer a travessia de canoa com ela, de nova Saraiva para a vila? Deixaram de boa? Me pareceu uma canoa bem pequena rsrs Obrigada!